A pandemia veio mudar o trabalho, para sempre?
- Andrea Fontes
- 4 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de fev. de 2021
"O mundo não vai voltar a ser como antes!" Já ouvimos esta frase algumas vezes. Mas no que respeita ao trabalho o que se espera que mude?
Portugal é considerado um país colectivista, segundo a classificação de Hofstead (https://www.hofstede-insights.com/country-comparison/portugal/). Uma das caraterísticas de um país coletivista é a elevada distância ao poder e por consequência o individualismo baixo.
O trabalho remoto, que até agora era permitido em situações execionais, em caso de doença ou de força maior, passou a fazer parte da normalidade da vida de muitos trabalhadores. E não só adaptação foi rápida na grande maioria das empresas e dos seus colaboradores, como em alguns casos a produtividade até aumentou.
Não há perdas de tempo no trânsito ou nos transportes, não há grandes pausas nem interrupções, as reuniões (online) tornam-se mais produtivas e objetivas.
E esse tempo que se perdia nos transportes pode agora ser canalizado para aprendizagem por exemplo. Investe-se mais tempo na formação online do que alguma vez se investiu. Esperemos que a formação continue a fazer parte da rotina, com ou sem pandemia.
A digitalização do mundo, que já não era novidade para ninguém, acelerou-se. Na comunicação, não só aproximou as pessoas, como obrigou ao desenvolvimento de competências em miúdos e graúdos. Plataformas como o "zoom", o skype" ou o "teams" passam a fazer parte do dia a dia das famílias e das empresas.
Claro, que para quem coabita com crianças menores ou outros dependentes a conjugação do trabalho com o suporte à família apresenta alguns desafios, mas ainda assim o impacto do trabalho não apresenta alterações.
E a capacidade de adaptação a todo este ritmo, passados dois meses tem sido surpreendente. A questão que agora se coloca é: será que conseguiremos voltar ao mesmo ritmo do passado? E será que queremos?
A autonomia conquistada pelos trabalhadores nesta quarentena e a confiança que as empresas tiveram que criar, de forma mais ou menos forçada, deverão alterar necessariamente o futuro do trabalho. Algumas empresas têm já dado sinais que essa realidade é para ficar: A Google e o Twitter já fizeram saber que irão dar a possibilidade aos seus colaboradores de poderem escolher continuar ou não em trabalho remoto até final do ano. Acredita-se que outras empresas seguirão esse exemplo.

Andrea Fontes
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